segunda-feira, 26 de março de 2012

Consumo das famílias deve carregar economia em 2012 - por Thais.Hredia |


Apesar de negativo, o índice de atividade do Banco Central, chamado de IBC-Br e considerado uma “prévia” do desempenho do PIB, foi melhor do que o mercado esperava. A mediana das expectativas apontava para um desempenho negativo de até 0,5% no primeiro mês do ano. A queda parou em 0,13%, na comparação com dezembro de 2011.

Todo mundo já sabia que a atividade passaria por um esfriamento no primeiro trimestre do ano, principalmente por causa da indústria brasileira, que segue em ritmo bem lento.  O que os próximos meses vão mostrar é se será possível crescer mais de 3,5% este ano, como quer o governo. Possível sempre é; provável, nem tanto.
Quem anda sustentando a nossa economia é o consumo das famílias. Este segue forte e robusto e certamente vai ditar o desempenho do PIB brasileiro este ano.
Se a indústria está de mau humor, o varejo está em festa. As vendas em janeiro subiram 2,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Aqui o mercado foi surpreendido pelo bom resultado, já que a média das expectativas não chegava nem a 2% de alta do varejo neste início de ano.
“Avaliamos que o comércio varejista continuará, ao longo dos próximos meses, registrando taxas robustas de expansão, respondendo aos incentivos dados pelos vários estímulos em curso, com destaque para a redução de juros, os incentivos fiscais/tributários e a autorização para utilização do FGTS para compra de material de construção”, diz o relatório econômico do Bradesco, assinado por Octavio de Barros, chefe do departamento de pesquisas do banco.
Para esquentar ainda mais o ambiente de consumo, a confiança do consumidor atingiu em março o melhor nível dos últimos oito meses. A pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas mede a confiança dos brasileiros com o presente e com o futuro. Ambos indicadores cresceram em março. O índice de intenção de compras de bens duráveis foi o item que mais contribuiu para a alta, subindo 10% ante fevereiro.
O caldo da semana já começou com bons temperos da economia real. Nos próximos dias serão acrescentados dados sobre a evolução do crédito, sobre a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública e também sobre a inflação “dos alugueis”, o IGP-M.
O mercado está de olho mesmo é no Relatório de Inflação (RI) que será divulgado pelo BC nesta quinta-feira (29). Nesta avaliação trimestral sobre a evolução da inflação, será reconfortante ler que o BC vai baixar os juros para 9% ao ano na próxima reunião do Copom, em abril.
O desconforto do mercado está na inflação que Alexandre Tombini e sua equipe estão vendo para este ano, que é diferente da expectativa de muitos economistas. Todos querem saber o que os cavalheiros do BC pretendem fazer para levá-la para bem perto da meta de inflação, de 4,5%, até dezembro.
Por enquanto, nas expectativas de mercado, tanto para este ano quanto para 2013, o IPCA está acima de 5%. Mas, como disse um economista de um grande banco no Brasil, “Quem RI por último, RI melhor”, num trocadilho com a sigla do Relatório de Inflação

sábado, 24 de março de 2012


Banco Central do Brasil


Edifício do Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil é uma pessoa jurídica de caráter público, ou seja, é uma autarquia responsável diretamente pelas políticas monetárias do país, é a principal autoridade monetária. Antes de sua criação, em 31 de dezembro de 1964, os órgãos responsáveis pelas políticas monetárias do Brasil eram a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil e o Tesouro Nacional, atuando no controle monetário, na função de banco do governo e na emissão de papel-moeda, respectivamente. 

Basicamente, as funções do Banco Central do Brasil se concentram na supervisão da política monetária e cambial do país e na fiscalização do sistema financeiro nacional. De forma específica, as principais funções do BACEN são: 

- emissão de papel moeda
- recebimento dos recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais;
- realização de operações de redesconto e empréstimos de assistência à liquidez às instituições financeiras;
- formulação, execução e acompanhamento da política cambial e de relações financeiras com o exterior
- organização, disciplinamento e fiscalização do Sistema Financeiro Nacional, do Sistema de Pagamento Brasileiro e do Sistema Nacional de Habitação e ordenamento do mercado financeiro.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Gastos de brasileiros no exterior batem recorde no 1º bimestre, diz BC (Postado por Lucas Pinheiro)

Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 3,74 bilhões nos dois primeiros meses deste ano, novo recorde histórico para o período, segundo informou nesta sexta-feira (23) o Banco Central (BC). Em igual período do ano passado, recorde anterior, haviam totalizado US$ 3,11 bilhões. Com isso, o crescimento foi de 20%. A série histórica do BC tem início em 1947.

Apesar de terem batido recorde no primeiro bimestre, os gastos registraram queda de 12,5% em fevereiro deste ano, quando somaram US$ 1,74 bilhão. Em janeiro, as despesas lá foram haviam somado R$ 1,99 bilhão – o maior valor em seis meses. Tradicionalmente, os gastos no exterior sobem em períodos de férias escolares.

Segundo dados do BC, os gastos no exterior em fevereiro deste ano representam recorde para este mês. Em fevereiro de 2011, por exemplo, as despesas no exterior somaram US$ 1,33 bilhão. De acordo com Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, o carnaval influenciou este resultado.

"Neste ano, o carnaval caiu em fevereiro.No ano passado, foi em março. Então, isso contribuiu para que, na comparação interanual, você tenha um fluxo maior em fevereiro deste ano do que no mesmo mês de 2011. Para março de 2012, tendência é de reverter. A parcial indica que não teremos crescimento frente a março do ano passado", declarou Maciel, do BC. No acumulado de março, até o dia 21, as despesas no exterior somaram US$ 1,14 bilhão. Em março de 2011, totalizaram US$ 1,64 bilhão.

Dólar e renda
De acordo com economistas, os gastos de brasileiros no exterior costumam crescer quando a cotação do dólar está mais baixa. No mês passado, com as compras de dólares por parte do Banco Central, o a moeda norte-americana registrou queda de 1,55%, fechando fevereiro em R$ 1,72. Em março, já está operando acima de R$ 1,80.  As despesas no exterior, como passagens e hotéis, além de gastos no cartão de crédito, também são cotadas em dólar. Além do dólar, outro fator que contribui para a alta dos gastos no exterior é o aumento do emprego e da renda no Brasil.

Em 2011, ainda de acordo com números da autoridade monetária, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 21,2 bilhões. Com isso, as despesas de brasileiros lá fora cresceram 29,2% frente ao ano de 2010 (US$ 16,42 bilhões) e bateram novo recorde da série histórica da instituição, que começa em 1947.

Estrangeiros no Brasil
Os dados do BC mostram que também subiram, no primeiro bimestre deste ano, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil, que chegou a US$ 1,27 bilhão. O valor é 9% maior que o registrado no mesmo período de 2011 (US$ 1,172 bilhão). Em fevereiro, quando as despesas de estrangeiros somaram US$ 617 milhões, houve um aumento de 7,8% em relação ao mesmo mês do ano passado (US$ 572 milhões).

"Os números mostram um panorama muito positivo para o turismo no Brasil e confirmam as expectativas de chegarmos aos 5,8 milhões de turistas e aos US$ 7 bilhões em gastos em 2012", avaliou o diretor de Mercados Internacionais da Embratur, Marcelo Pedroso.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pressionado por 'guerra cambial' e PIB, BC pode acelerar corte nos juros (Postado por Erick Oliveira)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realiza nesta quarta-feira (7) seu segundo dia de reunião e deve baixar, pela quinta vez consecutiva, os juros básicos da economia brasileira. A decisão do BC será anunciada no fim desta quarta-feira, após as 18h.
De acordo com a expectativa da maior parte dos economistas dos bancos, a taxa Selic deve cair de 10,5% para 10% ao ano, um corte de 0,5 ponto percentual - a mesma intensidade das últimas quatro reduções. O processo de redução dos juros teve início em agosto do ano passado. 
Há alguns analistas, porém, como Sidney Nehme, da NGO Corretora, que acreditam que o governo intensificará o processo de corte nos juros básicos da economia, promovendo uma redução maior, de 0,75 ponto percentual, para 9,75% ao ano, ou até mesmo de um ponto percentual, para 9,5% ao ano, nesta quarta-feira. Seria o maior corte desde junho de 2009 e posicionaria a taxa básica novamente no patamar de um dígito (algo que não ocorre desde junho de 2010, quando a taxa subiu para 10,25% ao ano).
O estrategista-chefe da Nomura Securities no Brasil, Tony Volpon, acredita em uma redução de 0,75 ponto percentual nesta quarta-feira, para 9,75% ao ano. Ele observou, por meio de informe, que, no mercado futuro, as apostas já estão em uma queda de cerca de 0,7 ponto percentual nesta semana, e que o mesmo mercado futuro também aponta para juros abaixo de 9% ao ano até julho de 2012. Atualmente, a perspectiva da maior parte dos analistas é de que a taxa termine este ano em 9,5% ao ano.
Crise financeira
A avaliação do mercado financeiro é de que a crise financeira internacional, que impacta para baixo o nível de atividade da economia brasileira e mundial, juntamente com o recuo dos preços das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional), tendem a gerar menos pressões inflacionárias no Brasil – possibilitando a continuidade dos cortes nos juros por parte do BC. A própria autoridade monetária já avisou que vê "elevada probabilidade" de juros abaixo de 10% ao ano, mas não detalhou quando isso poderia acontecer.
Guerra cambial
A "guerra cambial" em curso, com a injeção de quase R$ 9 trilhões nos mercados financeiros por parte dos BCs dos países mais desenvolvidos (Estados Unidos e Europa principalmente) nos últimos três anos, o que foi apelidado de "tsunami monetário" pela presidente Dilma Rousseff, é mais um fator que pressiona o Banco Central brasileiro a baixar os juros.
Somente na última semana, o Banco Central Europeu colocou no mercado US$ 712 bilhões em empréstimos de longo prazo. Em dezembro do ano passado, outros US$ 658 bilhões já tinham sido colocados em mercado.
A explicação é que parte destes recursos buscaria as economias emergentes, como o Brasil, que possuem juros elevados (gerando retorno financeiro maior para os investidores) e ainda registram um crescimento econômico um pouco mais elevado. Atualmente, por exemplo, os juros reais brasileiros (após o abatimento da inflação esperada para os próximos 12 meses) estão ao redor de 5% ao ano - os mais altos do planeta.
Com juros mais baixos, os economistas explicam que poderia haver um ingresso menor de recursos na economia brasileira e que, consequentemente, isso poderia aliviar a pressão pela queda do dólar – fator que barateia as importações e torna as vendas externas brasileiras mais caras, minando, assim, a competitividade da produção nacional.
Segundo Nehme, da NGO Corretora, um corte maior nos juros nesta quarta-feira acontecerá justamente pela necessidade de tornar o país menos atrativo ao "capital especulativo externo" em meio à farta liquidez existente nos mercados. "Uma redução de 0,75% já será considerada normal, mas não está eliminada a possibilidade de um ousado corte de 1%, mas o fato concreto é que há convicção de que nesta reunião a taxa Selic será reduzida a 1 digito [abaixo de 10% ao ano]", avaliou ele, em comunicado.
Crescimento de 2011
Além da "guerra cambial", outro fator que coloca pressão sobre o Banco Central é a taxa de crescimento da economia registrada em 2011. Mesmo com a inflação ficando em 6,50% no ano passado, no teto do sistema de metas, o crescimento da economia somou 2,7%. Se for excluído o ano de 2009, quando o PIB recuou 0,6% por conta da primeira etapa da crise financeira internacional, foi a menor expansão desde 2003 (+1,1% de crescimento).
Ao comentar o resultado do PIB, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que a redução dos juros é um dos fatores que vai ajudar a impulsionar a economia neste ano. "Há uma série de estímulos monetários que estão sendo implantados, como redução da taxa de juros e estímulos aos investimento", declarou ele nesta terça-feira (6).
Para Tony Volpon, da Nomura Securities, o PIB de 2011 ficou abaixo das expectativas e representa um "resultado altamente insatisfatório para o governo". Ele lembrou que os investimentos avançaram 4,7% no ano passado, depois do crescimento de 21,3% registrado em 2010, e que a expansão industrial somou 1,6% em 2011 – contra 10,4% no ano anterior. Em sua visão, estes resultados são um "incentivo importante" para o BC "acelerar o passo do processo de queda dos juros".
Sistema de metas e expectativas
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o Banco Central tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012 e 2013, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
A expectativa do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2012 está em 5,24% e a perspectiva dos economistas dos bancos para 2013 subiu para 5,20% na última semana. Segundo informou recentemente o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, porém, a estimativa da autoridade monetária é de que o IPCA fique "ao redor" da meta de 4,50% neste ano e em 2013.

terça-feira, 6 de março de 2012


Copom deve reduzir taxa

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 

05/03/2012 | 09h46 | Juros


Brasília - As instituições financeiras apostam em uma queda na taxa básica de juros, a Selic, para 10% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para esta semana. Atualmente, a taxa está em 10,5%. O comitê divulga a decisão sobre os juros básicos na próxima quarta-feira (7).
Hoje o Banco Central (BC) divulgou o boletim Focus, com projeções do mercado financeiro para os principais indicadores da economia. Analistas e investidores mantiveram a projeção de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5,24%, em 2012. A taxa de câmbio estimada para o final do ano também ficou estável, em R$ 1,75. Houve ainda a manutenção da projeção da taxa básica de juros para o final de 2012 em 9,5% ao ano. A estimativa de correção para os preços administrados permanece em 4%.
Os investidores e analistas projetam uma redução da dívida líquida do setor público de 36,2% para 36% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Já a estimativa de crescimento da economia este ano, nas projeções do mercado financeiro, permanece em 3,3%. A projeção para a expansão da produção industrial subiu de 2,6% para 2,77%.
Nas contas externas, há uma piora nas expectativas do setor. A estimativa para o déficit em conta-corrente passou de US$ 67,05 bilhões para US$ 67,8 bilhões, com queda no saldo da balança comercial de US$ 19,1 bilhões para US$ 19 bilhões. A perspectiva para os investimentos estrangeiros diretos permaneceu em US$ 55 bilhões.
Da Agência Brasil