Todo mundo já sabia que a atividade passaria por um esfriamento no primeiro trimestre do ano, principalmente por causa da indústria brasileira, que segue em ritmo bem lento. O que os próximos meses vão mostrar é se será possível crescer mais de 3,5% este ano, como quer o governo. Possível sempre é; provável, nem tanto.
Quem anda sustentando a nossa economia é o consumo das famílias. Este segue forte e robusto e certamente vai ditar o desempenho do PIB brasileiro este ano.
Se a indústria está de mau humor, o varejo está em festa. As vendas em janeiro subiram 2,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Aqui o mercado foi surpreendido pelo bom resultado, já que a média das expectativas não chegava nem a 2% de alta do varejo neste início de ano.
“Avaliamos que o comércio varejista continuará, ao longo dos próximos meses, registrando taxas robustas de expansão, respondendo aos incentivos dados pelos vários estímulos em curso, com destaque para a redução de juros, os incentivos fiscais/tributários e a autorização para utilização do FGTS para compra de material de construção”, diz o relatório econômico do Bradesco, assinado por Octavio de Barros, chefe do departamento de pesquisas do banco.
Para esquentar ainda mais o ambiente de consumo, a confiança do consumidor atingiu em março o melhor nível dos últimos oito meses. A
pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas mede a confiança dos brasileiros com o presente e com o futuro. Ambos indicadores cresceram em março. O índice de intenção de compras de bens duráveis foi o item que mais contribuiu para a alta, subindo 10% ante fevereiro.
O caldo da semana já começou com bons temperos da economia real. Nos próximos dias serão acrescentados dados sobre a evolução do crédito, sobre a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública e também sobre a inflação “dos alugueis”, o IGP-M.
O mercado está de olho mesmo é no Relatório de Inflação (RI) que será divulgado pelo BC nesta quinta-feira (29). Nesta avaliação trimestral sobre a evolução da inflação, será reconfortante ler que o BC vai baixar os juros para 9% ao ano na próxima reunião do Copom, em abril.
O desconforto do mercado está na inflação que Alexandre Tombini e sua equipe estão vendo para este ano, que é diferente da expectativa de muitos economistas. Todos querem saber o que os cavalheiros do BC pretendem fazer para levá-la para bem perto da meta de inflação, de 4,5%, até dezembro.
Por enquanto, nas expectativas de mercado, tanto para este ano quanto para 2013, o IPCA está acima de 5%. Mas, como disse um economista de um grande banco no Brasil, “Quem RI por último, RI melhor”, num trocadilho com a sigla do Relatório de Inflação
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