terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Gasto de brasileiro no exterior bate recorde histórico em 2011, diz BC (Postado por Lucas Pinheiro)

Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 21,2 bilhões em todo ano passado, informou nesta terça-feira (24) o Banco Central. Com isso, as despesas de brasileiros lá fora cresceram 29,2% frente ao ano de 2010 (US$ 16,42 bilhões) e bateram novo recorde da série histórica da instituição, que começa em 1947. O recorde anterior havia sido registrado justamente em 2010.

As despesas de brasileiros no exterior, no ano passado, foram favorecidas pelo crescimento da renda e pelo dólar baixo, que vigorou no começo de 2011 até meados do ano passado. A moeda norte-americana foi cotada abaixo de R$ 1,60 durante boa parte de 2011.

Com o dólar baixo, as despesas no exterior, como passagens e hotéis, além de gastos no cartão de crédito, também ficam mais baratas. No fim de 2011, entretanto, a cotação do dólar subiu para acima de R$ 1,70 por conta das turbulências externas.

"As despesas foram destaque até agosto, quando vinham crescendo na base de 65% ao ano. Contribuiu para isso o crescimento da renda do brasileiro e, até a metade do ano, o comportamento do câmbio [dólar baixo]. A partir de agosto e setembro [de 2011], com a alteração da taxa de câmbio, isso teve uma mudança", disse Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC.

Impacto da crise
Com a nova etapa da crise financeira, inaugurada em agosto de 2011, que impulsionou para cima a cotação do dólar, os gastos de brasileiros no exterior registraram um desempenho mais modesto nos últimos meses do ano passado.

Em dezembro, por exemplo, somaram US$ 1,76 bilhão, contra US$ 1,56 bilhão em novembro, US$ 1,72 bilhão em outubro e US$ 1,77 bilhão em setembro. Antes da piora das turbulências externas, em julho (US$ 2,19 bilhões) e agosto (US$ 1,9 bilhão), as despesas de brasileiros no exterior estavam maiores.

Gastos de estrangeiros no Brasil
Segundo números do Banco Central, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil somaram US$ 6,77 bilhões em todo ano passado, valor que também é recorde histórico. Os números mostram que houve um crescimento de 14,4% contra o ano de 2010, quando as despesas de estrangeiros no país somaram US$ 5,91 bilhões.

“As contratações de serviços turísticos, de hospedagem e de alimentação movimentam nossa economia, geram renda em todas as regiões do país e ajudam a consolidar nossa infraestrutura turística”, avaliou o presidente da Embratur, Flávio Dino. As estimativas da Embratur indicam que mais de 5,4 milhões de estrangeiros visitaram o país em 2011- o que é um recorde para o país.

“Vamos continuar inovando nas ações de promoção dos destinos brasileiros, intensificando o apoio à comercialização de produtos turísticos e apoiando fortemente o debate sobre a competitividade do setor, conduzido pelo Ministério do Turismo”, afirmou Dino, da Embratur, por meio de  nota à imprensa.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Copom baixa juros para 10,5% ao ano na quarta redução consecutiva (Postado por Erick Oliveira)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, colegiado formado pela diretoria e presidente da autoridade monetária, se reuniu nesta quarta-feira (18) e decidiu, na primeira reunião deste ano, baixar novamente os juros básicos da economia brasileira, que recuaram de 11% para 10,50% ao ano.
Trata-se da quarta reunião consecutiva de redução dos juros, que caíram ao menor nível desde junho de 2010 (10,25% ao ano). Com a decisão, a autoridade monetária confirmou a expectativa do mercado financeiro e "devolveu" todo aumento de juros efetuado desde o início do governo Dilma Rousseff - visto que os juros começaram o ano passado em 10,75% ao ano.
Sistema de metas de inflação e previsões
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012 e 2013, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Para este ano e para 2013, a estimativa do mercado financeiro para o IPCA é de 5,3% e de 5%, ou seja, ainda acima da meta central de inflação. O próprio BC ainda prevê inflação acima da meta central em 2012 e 2013.
Em dezembro, no último relatório de inflação, a autoridade monetária estimou um IPCA de 4,7% para este ano e para o próximo no "cenário de referência" (juros e câmbio estáveis). Com cenário de queda dos juros esperado pelo mecado financeiro, a previsão ficou em 4,7% para este ano em em 5,2% para 2013.
Explicação
Ao fim do encontro, o BC divulgou a seguinte explicação para a decisão do Copom: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 10,50% ao ano, sem viés. O Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".
Crise financeira e recuperação
A nova redução dos juros por parte do Banco Central foi tomada em meio à crise financeira internacional, que começou em setembro de 2009, mas que voltou a piorar em meados do ano passado - com o rebaixamento da dívida dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Standard & Poors.
Para o BC, a "transmissão" do cenário de crise externa para a economia brasileira pode acontecer por meio da redução do volume de comércio e do menor aporte de investimentos, além de restrições ao crédito e da "piora" no sentimento de consumidores e empresários. A crise também deve gerar, segundo analistas, redução dos preços dos alimentos - contribuindo para moderar as pressões inflacionárias.
Para o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flavio Castelo Branco, a recuperação do nível de atividade, identificada pelo IBC-Br do BC de novembro, e pelos indicadores industriais, que poderia pressionar a inflação, ainda não preocupa.
"Há indícios de que um período de maior dificuldade tenha sido vencido. Houve uma retomada. Tivemos um indício. Os indicadores de novembro foram novamente mais favoráveis, e podem estar refletindo que o período de maior dificuldade tenha passado. Mas a expectativa é de uma reuperação gradual da atividade. A única fonte de pressão inflacionária é o aumento do salário mínimo, mas não vejo empecilho para a queda dos juros neste momento", disse o economista da indústria.
Comportamento previsto para os juros no futuro
A previsão do mercado financeiro é que a taxa de juros, fixada pelo Banco Central, continue recuando nos próximos meses. A estimativa é de que os juros básicos caiam para 10% ao ano em março e para 9,5% ao ano em abril deste ano - patamar no qual, ainda segundo previsão dos economistas dos bancos, fechariam o ano de 2012. Entretanto, a previsão dos analistas do mercado financeiro é de novos aumentos de juros a partir do começo de 2013 - finalizando o próximo ano em 10,25% ao ano.
Juros reais mais altos do mundo
Levantamento do economista Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul, em parceria com Thiago Davino, analista de mercado da Weisul Agrícola, mostra que os juros reais brasileiros (após o abatimento da inflação prevista para os próximos doze meses) permanecem no patamar mais alto do mundo - apesar dos quatro cortes consecutivos na taxa básica nos últimos meses.
Em 10,50% ao ano, a taxa real de juros (após o abatimento da inflação) do Brasil ficou em cerca de 4,9% ao ano, bem acima do segundo colocado (Hungria, com 2,8% ao ano). A taxa média de juros de 40 países pesquisados está negativa em 0,9% ao ano.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

'Prévia do PIB' tem maior alta mensal de 2011 em novembro, aponta BC (Postado por Erick OLiveira)

O nível de atividade econômica do país registrou alta de 1,15% em novembro, segundo números divulgados nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central. No mês retrasado, o Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br, somou 140,19 pontos, contra 138,6 pontos em outubro. O indicador busca ser uma prévia do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
O crescimento registrado em novembro aconteceu depois de três meses consecutivos de recuo e foi a maior expansão mensal registrada em todo o ano.

Nos 11 primeiros meses de 2011, por sua vez, o crescimento da atividade econômica foi de 2,88%. Com isso, houve desaceleração frente ao resultado dos dez primeiros meses, que foi de 3,04%.
Em doze meses até novembro, ainda de acordo com números do BC, a taxa de expansão do IBC-Br foi de 3,04%. Com isso, ficou abaixo do resultado obtido em 12 meses até outubro (3,39%).
IBC-Br
O IBC-Br é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB)e ajudar a autoridade monetária na definição da taxa básica de juros (Selic). O Banco Central explicou que o IBC-Br "constitui uma medida antecedente da evolução da atividade econômica".
Antes divulgado por estados, e por regiões, desde o início deste ano o indicador passou a ser calculado com abrangência nacional. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além dos impostos.
"A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção+importações)", explicou o Banco Central, por meio do relatório de inflação de março do ano passado.
Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia brasileira. Atualmente, os juros básicos estão em 11% ao ano. A taxa começou o ano de 2011 subindo para controlar as pressões inflacionárias. Foram cinco elevações consecutivas até julho do ano passado.
Com a piora do cenário internacional, porém, o BC resolveu baixar a taxa no fim de agosto e repetiu a dose em outubro e no final de novembro, quando os juros recuaram mais 0,5 ponto percentual em cada reunião, para 11% ao ano. A previsão do mercado financeiro é de que a taxa tenha nova queda nesta semana, para 10,5% ao ano.
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Caderneta de poupança tem a menor captação de recursos em cinco anos (Postado por Lucas Pinheiro)

Os depósitos de recursos da caderneta de poupança superaram as retiradas de recursos em R$ 14,18 bilhões no acumulado de 2011, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (5) pelo Banco Central.

Na comparação com 2010, quando houve o ingresso recorde de R$ 38,68 bilhões na poupança, a queda foi de 63,3%, de acordo com números divulgados pela autoridade monetãria.

Trata-se, também, do menor ingresso líquido de recursos na poupança desde 2006, quando houve a entrada de R$ 6,47 bilhões na tradicional modalidade de investimentos.

Dados do próprio Banco Central revelam que o menor ingresso de recursos na poupança, que vem sendo registrado neste ano, acontece em um momento de elevação da taxa de inadimplência. Em novembro deste ano, por exemplo, a inadimplência avançou e registrou o patamar mais elevado desde 2009.

Depósitos, retiradas e saldo total
No ano passado, ainda de acordo com o Banco Central, os depósitos de recursos na caderneta de poupança somaram R$ 1,27 trilhão. Já as retiradas de recursos totalizaram R$ 1,25 trilhão em novembro.

Os rendimentos creditados nas contas dos poupadores, por sua vez, totalizaram R$ 27 bilhões em todo ano passado.

No fim de 2011, o volume total de recursos depositado na caderneta de poupança, por sua vez, somava R$ 420 bilhões, contra R$ 414 bilhões em novembro e R$ 378,79 bilhões no fim de 2010.

Rendimento das aplicações em 2011
Em todo ano de 2011, a caderneta de poupança apresentou um rendimento de aproximadamente 7,5%. Na poupança, cuja correção é determinada pela variação da taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR) - ao contrário dos investimentos em fundos.

No mesmo período, os fundos de renda fixa, de acordo com dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), apresentaram uma remuneração de 12,40%, enquanto que os fundos referenciados em DI (que acompanham os juros básicos da economia) apresentaram rendimento de cerca de 11,80%. A bolsa de valores, por sua vez, registrou queda de 18,1% no ano passado.

Os fundos de investimentos, que captaram cerca de R$ 55 bilhões no ano passado, são tributados pelo Imposto de Renda. Neste caso, a alíquota do IR é regressiva. Ou seja, quanto mais tempo os recursos ficam aplicados, menor será o IR pago pelo investidor. Para aplicações de até seis meses, a alíquota do IR é de 22,5%, caindo para 20% entre seis meses e um ano. Se a aplicação superar um ano, mas for retirada antes de completar o segundo ano, o IR cai para 17,5%. Acima disso, a alíquota é de 15%

Para as aplicações em bolsas de valores, a alíquota do IR é de 15% (com exceção das operações de "daytrade", que tem um IR de 20%. Entretanto, há isenção do IR para os ganhos líquidos auferidos por pessoas físicas com valores de inferiores a R$ 20 mil por mês.