quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Com alta de 0,69% no 2º trimestre, 'prévia do PIB' desacelera, diz BC (Postado por Erick Oliveira)

O nível de atividade econômica do país cresceu 0,69% no segundo trimestre deste ano, segundo números divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Banco Central. Apesar da expansão, houve desaceleração na comparação com o trimestre anterior, quando foi registrado um aumento de 1,13% frente aos três últimos meses de 2010, de acordo com dados da autoridade monetária.
Os números do BC ainda não captam os efeitos da segunda etapa da crise financeira internacional, que começou, com mais intensidade, nas últimas semanas com as dificuldades do governo Barack Obama em aprovar um novo limite de endividamento para o país, e com o anúncio de rebaixamento da nota dos Estados Unidos pela Standard & Poors.
Em junho, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), indicador que tenta antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), somou 142,9 pontos, na comparação com 143,27 pontos em maio deste ano e 138,64 pontos em junho do ano passado. Segundo o BC, interrompeu, assim, uma sequência de, pelo menos, quatorze meses de alta. A série histórica do IBC-Br é revisada mensalmente pela autoridade monetária.
PIB
A desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB), no segundo trimestre, é esperada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os números oficiais do PIB de abril a junho deste ano, porém, ainda serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos próximos meses. No primeiro trimestre de 2011, a taxa de expansão, sobre o fim de 2010, foi de 1,3%.
Primeiro semestre e 12 meses
Nos primeiro semestre deste ano, por sua vez, o crescimento da atividade econômica, segundo dados do IBC-Br divulgados nesta quarta-feira pelo BC, foi de 3,74%. Com isso, também houve desaceleração frente ao resultado dos cinco primeiros meses de 2011, quando o crescimento ficou em 3,92%  - abaixo dos 3,94% de expansão registrados até abril.
Em doze meses até junho, ainda de acordo com números do Banco Central, a taxa de expansão do IBC-Br foi de 4,89%, também abaixo do registrado em doze meses até maio (+5,34%). Os números, deste modo, também mostram desaceleração da taxa de crescimento no critério em 12 meses.
IBC-Br
O IBC-Br é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB e ajudar a autoridade monetária na definição da taxa básica de juros (Selic). O Banco Central explicou que o IBC-Br "constitui uma medida antecedente da evolução da atividade econômica".
Antes divulgado por estados, e por regiões, desde o início deste ano o indicador passou a ser calculado com abrangência nacional. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além dos impostos.
"A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção+importações)", explicou o Banco Central, por meio do relatório de inflação de março do ano passado.
Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia brasileira. Atualmente, os juros básicos estão em 12,50% ao ano. A taxa começou a ser elevada em janeiro deste ano e passou por cinco elevações consecutivas, a última delas no mês passado.
A próxima reunião do Copom está marcada para o fim de agosto e o mercado financeiro acredita em manutenção dos juros no atual patamar. O BC já informou que busca a convergência do IPCA, para a meta central, somente em 2012.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a previsão do mercado para 2011 e 2012 está, respectivamente, em 6,26% e em 5,23%. Deste modo, a estimativa dos analistas ainda está acima da meta central de inflação de 4,5% para este ano e para o próximo, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (entre 2,5% e 6,5%). Apesar de estar acima da meta central, a previsão dos analistas vem sendo reduzida nas útimas semanas por conta da crise financeira internacional.
Para o PIB de 2011, a expectativa dos analistas dos bancos é de uma expansão de 3,93% e, para 2012, a estimativa de crescimento do PIB, dos economistas do mercado, está em 4%. Com a nova etapa da crise financeira externa, entretanto, a tendência, segundo economistas, é que o crescimento do PIB seja menor.

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